O Pouco Que Sei

Quanto mais estudo, menos certezas tenho. Mas estou cercado de gente que sabe tudo e apresenta seus argumentos com veemência assustadora.

Eu peço licença para resumir aqui o pouco que sei:

Analistas e especialistas geralmente erram em suas previsões. Nassim Taleb e Thomas Sowell já explicaram porque: não há penalidade para o especialista cujas previsões estavam erradas.

Controle de preços é uma medida inútil. Quando o Estado controla o preço de um produto que tem muita procura, o produto some das prateleiras e passa a ser vendido no mercado negro. Nenhum Estado controla o mercado negro.

Demonizar, atacar e perseguir os empresários que pagam impostos e geram empregos é uma estratégia suicida – e também uma das primeiras a serem adotadas em tempo de crise pela esquerda, por políticos populistas e por escroques e picaretas.

A crise é mundial e, a despeito da exploração política e ideológica, acontece de forma similar em todos os países. Lockdown não é exclusividade brasileira. A situação dos EUA é muito parecida com a nossa, inclusive na dinâmica entre o governo federal e os estados.

Não existe consenso quanto à melhor estratégia de ação, nem no Brasil e nem lá fora. Metade das pessoas acha que tudo deveria ser fechado até o perigo passar. A outra metade acha que devemos voltar à vida normal imediatamente. A iniciativa privada tem medo da recessão. Os médicos alertam para o colapso do sistema de saúde. A grande mídia só desinforma e apavora.

A liberdade individual é fundamental, e precisa sempre ser preservada. Quem troca liberdade por segurança acaba sem as duas coisas.

O dinheiro do governo vem dos nossos bolsos. A única fonte de renda do governo são os nossos impostos. Se todos perderem seu emprego e se todas as empresas falirem, o governo vai à falência também. Nenhum governo consegue sustentar uma população inteira, porque é a população que sustenta o governo.

A única forma do Estado ajudar a sociedade a atravessar a crise, sem comprometer o futuro, é através de um corte substancial das despesas do três poderes, direcionando os recursos aos que foram afetados pela pandemia.

Mas não se ouve uma palavra sobre isso.

(Foto de Matthew Feeney)

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