1 – O Presidente americano é eleito para um mandato de 4 anos. Os deputados federais americanos, porém, são eleitos para um mandato de DOIS anos. Portanto toda a Câmara de Deputados (chamada de House of Representatives) é renovada a cada 2 anos. As eleições que ocorrem no meio do mandato presidencial são chamadas de “mid-terms”, e são muito importantes porque testam a popularidade e o poder político do presidente.
2 – Uma eleição a cada dois anos significa que os 435 deputados americanos estão o tempo inteiro em campanha eleitoral.
3 – Os senadores americanos têm um mandato de seis anos. A cada dois anos 1/3 do Senado é renovado. São 100 senadores, dois para cada estado.
4 – O voto não é obrigatório nos EUA. O dia das eleições não é feriado.
5 – O Vice-Presidente dos EUA também atua como membro do Poder Legislativo, no papel de Presidente do Senado. Nessa função, o Vice-Presidente tem poderes para presidir as deliberações do Senado, mas não pode votar, exceto em caso de empate.
6 – Os deputados federais são eleitos por um sistema de voto distrital. Cada estado é dividido em distritos eleitorais, e cada um desses distritos elege um deputado. Nos Estados Unidos não existe equivalente ao sistema brasileiro de “eleição proporcional”, no qual um deputado muito bem votado ajuda a eleger vários outros candidatos. No caso dos senadores, os distritos eleitorais correspondem ao estado inteiro (é igual ao Brasil).
7 – Como os Estados Unidos são uma federação, a organização das eleições é de responsabilidade dos estados. Isso significa que cada estado é livre para adotar os procedimentos que achar mais adequados. Não existe, como no Brasil, uma autoridade federal que regulamenta, organiza, fiscaliza e julga o processo eleitoral. Existe apenas a Federal Election Commission (Comissão Federal de Eleições) que tem, como única atribuição, garantir o cumprimento da legislação sobre financiamento de campanhas.
8 – Alegações de fraudes não são raras. Como cada estado tem seu sistema de votação, alguns sistemas são melhores que os outros. Por exemplo, dos 50 estados americanos, apenas 36 estados têm leis exigindo que os eleitores mostrem um documento de identificação antes de votar. Ficou famoso o caso da eleição presidencial do ano 2000, disputada entre George Bush e Al Gore. Muitas seções eleitorais da Flórida usaram máquinas perfuradoras de cartão, e em alguns casos os buracos nos cartões ficaram parcialmente perfurados. Esses votos não foram contados pelas máquinas de apuração. A discussão foi parar na Suprema Corte, que decidiu parar a recontagem dos votos, dando vitória a Bush.
9 – Há muito menos restrições a doações de campanha nos EUA do que no Brasil. Entidades chamadas de Political Action Committees (Comitês de Ação Política) recolhem contribuições de doadores e transferem a candidatos e campanhas. Um tipo especial de PAC, chamado de Super PAC, pode receber doações ilimitadas, inclusive de empresas e sindicatos.
10 – Além de ter o equivalente às nossas Assembleias Legislativas, onde deputados estaduais exercem seus mandatos, quarenta e nove dos cinquenta estados americanos também possuem um Senado estadual. A única exceção é Nebraska.
11 – Nos EUA é possível cassar-se o mandato de um político através de uma eleição especial chamado de “recall”. Um recall é iniciado depois que um determinado número de eleitores assina uma petição. O número mínimo de assinaturas e o prazo para obtê-las variam entre os estados. Em alguns deles um recall gera uma eleição especial simultânea, na qual o eleitor vota no recall e no candidato substituto usando a mesma cédula. O recall já foi usado para cassar governadores, prefeitos, vereadores e deputados.
12 – Nos EUA é possível votar pelo correio. Uma cédula é enviada para a casa do eleitor, que a preenche e envia de volta ou deposita em caixas de coleta especiais. Os estados exigem que as cédulas sejam recebidas ou postadas até o dia das eleições. Nas eleições presidenciais de 2020 aproximadamente 65 milhões de votos foram recebidos pelo correio.
13 – É possível votar antes do dia das eleições – é o chamado “early vote” ou votação antecipada. Em vários estados o período da votação antecipada pode variar de quatro a cinquenta dias antes do dia da eleição.