O pessoal do “fique em casa” fica com raiva, ofende e agride quem aponta sua ÓBVIA contradição lógica.
Mas ela é claríssima:
Ou TODO MUNDO tem o direito, as condições e a garantia de poder trabalhar de casa, ou essa postura nada mais é do que uma transferência imoral do risco da doença daqueles que têm esse privilégio para a grande maioria, que não tem.
Exemplificando: o analista financeiro de uma estatal, que está trabalhando no conforto de sua casa, com emprego e salário (e bônus) garantidos desde março de 2020, transferiu todo o seu risco de ficar doente para o lixeiro, para a caixa do supermercado e para o padeiro que, por motivos evidentes, não podem trabalhar de “home office”.
O lixo continua sendo recolhido. O supermercado funciona normalmente. Todo dia tem pãozinho quentinho em casa.
O analista da estatal nunca viveu tão bem.
Esse “fique em casa” seletivo é como um sistema de cotas ao contrário, protegendo quem tem mais recursos às custas de quem tem menos.
“Fique em casa” deveria ser como o Estado de Direito.
Ou vale para todos, ou não vale para ninguém.
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