Passei na frente da TV. O telejornal mostrava mais uma matéria lacradora com “pessoas em situação de vulnerabilidade social”.
O eufemismo é a morte da linguagem. Quem mata a linguagem, mata o pensamento.
Agora é proibido falar “pobre”. Os pobres viraram todos essas “pessoas em situação de vulnerabilidade social”.
É um termo paternalista, condescendente e sem qualquer significado. Todos nós somos, de alguma forma, “vulneráveis socialmente”.
Também é proibido falar “mendigos”. São “pessoas em situação de rua”.
Uma vez, ouvi do comandante da Brigada Militar do Rio Grande do Sul (é como chamam a Polícia Militar de lá) que a tropa dele não falava mais “bandido”. O termo usado era “indivíduo em situação de risco social”.
Os iluminados progressistas descobriram a fórmula mágica para resolver problemas complexos: mudar o nome deles.
Assim chegamos a “adolescente em conflito com a lei”, “visita íntima”, “audiência de custódia”, “progressão de regime”, “marido errático”, e tantos outros.
Você conhece o termo usado pelo Estado para se referir a criminosos presos?
“Pessoas privadas de liberdade”.