Recomendações de Leitura – Política, Democracia e Liberdade de Expressão

Em uma semana em que a discussão sobre liberdade de expressão, autoritarismo e democracia dominou a mídia, é importante ir buscar fontes de ideias relevantes e consistentes sobre o assunto. É disso que trata a lista de recomendações de leitura de hoje.

Como sempre, não há nenhum livro cuja leitura não seja saborosa. Ninguém merece um livro chato.

Aproveitem !

 

A Mente Moralista

Apesar da péssima tradução do título – o correto seria A Mente Justa – Jonathan Haidt escreveu um livro interessante e original, que explora as formas como moralidade, política e religião são encaradas nas diversas posições do espectro político. Haidt argumenta que os julgamentos morais não surgem da razão, mas das emoções, e explica por que esquerdistas, liberais, conservadores e libertários têm intuições tão diferentes sobre certo e errado.

Muito bom.

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The Political Brain (em inglês)

Um livro escrito para explicar aos Democratas como os Republicanos usam a emoção para ganhar as eleições. Na política, quando razão e emoção colidem, a emoção invariavelmente vence. As eleições são decididas no mercado de emoções, um mercado cheio de valores, imagens, analogias, sentimentos morais e oratória comovente, no qual a lógica desempenha apenas um papel de apoio. Drew Westen explica como. Leitura obrigatória para quem se interessa por política.

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O Fim do Poder

Moisés Naím foi Ministro do Desenvolvimento da então democrática Venezuela em 1989. O argumento principal do seu livro é que, em nossa era, o poder como o conhecemos – o poder político, econômico, social e religioso – está encolhendo e se fragmentando. Ainda existem poderosos, mas seu poder é cada vez mais restrito pelas ações dos órgãos de controle, das ONGs, da mídia, de um Judiciário que deseja ser Executivo e da multidão de ativistas de todas as causas, casa vez mais agressivos.

“De Chicago a Milão e de Nova Deli a Brasília, os donos das máquinas políticas concordam que perderam a capacidade de produzir os votos e as decisões que os seus predecessores conseguiam obter sem esforço”

Embora eu nem sempre concorde com o diagnóstico do autor sobre as causas dessa mudança, o cenário apresentado – que ele demonstra ser um fenômeno global – corresponde exatamente ao que estamos vivendo hoje no Brasil.  É um livro importante.

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Freedom for the Thought That We Hate: A Biography of the First Amendment (em inglês)

Anthony Lewis conta a história de como o direito à liberdade de expressão foi criado e evoluiu junto com os Estados Unidos da América. É uma história de escolhas difíceis, juízes heróicos e réus fascinantes que forçaram o sistema jurídico a encarar uma das ideias fundadoras da América. Lewis descreve como a moderação no uso do poder foi essencial na formação da democracia americana.

É um livro ESSENCIAL nos dias de hoje.

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Como as Democracias Morrem

Um livro interessante, com uma coleção de fatos importantes sobre o processo de degradação de regimes democráticos. O livro tem duas lacunas graves – foco na instauração de autoritarismo pelo poder Executivo e viés progressista na descrição do embate esquerda x direita – e implicância com Trump. Mas é uma leitura que soma, especialmente quando feita em conjunto com a próxima sugestão.

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 The Forgotten Man (em inglês)

Amity Shlaes analisa a Grande Depressão rejeitando a ênfase no New Deal e contando histórias comoventes de americanos e como eles ajudaram a estabelecer o caráter dos EUA como nação. Shlaes mostra a agonia dos próprios New Dealers à medida que descobriam seus erros. Hoover e Roosevelt não conseguiram compreender a prosperidade da década de 1920 e jogaram um enorme peso sobre o país. A verdadeira questão sobre a Depressão é por que ela durou tanto. A resposta de Shlaes é que a intervenção federal ajudou a agravar a Depressão.

Um livro OBRIGATÓRIO.

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